sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Traição mineira - só trêis veiz

Mineirim no leito de morte decidiu ter uma conversa definitiva com sua companheira de toda a vida sobre a fidelidade da mesma:

- Muié, pode falá sem medo... já vô morrê mess e prifiro sabê tudim direitim... Ocê arguma veiz traiu eu?

- Ô Zé, num fala dessas coisa que eu tenho vergonha...

- Pode falá muié...

- Quero não...

- Fala muié, disimbucha...

- Mió dexá pra lá, Zé.

- Vai, conta...

- Queto Zé, morre em paz...

Depois de muita insistência, ela resolveu abrir o jogo:

- Tá bão Zé, vou contá, mais num mi responsabilizo...

- Pó contá.

- Ói Zé, traí sim, mas foi só trêis veiz.

- Intão conta sô! Trêis veiz nessa vida toda até qui num foi muito!

- A primera foi quando cê foi demitido daqueli imprego qui ce brigou cum chefe.

- Ué, mas eu fui admitido dinovo logo dispôis sô...

- Pois é Zé... eu fui lá cunversá cum ele, acabei dano pra ele e ele ti contratô di vorta.

- Ah, muié, cê foi muito boa cumigo... essa traição num dá nem pra leva a mar, foi pela necessidade da nossa famía... tá perdoada. E a segunda?

- Lembra quando cê foi preso pru modi daquele furdunço que cê prontô na venda?

- Lembro muié, mas num fiquei nem meio dia na cadeia.

- Pois é Zé... eu fui lá cunversá cum delegado e acabei dano pra ele ti sortá.

- Ê muié, isso nem conta também não, a carza foi justa... imagina ficá preso lá um tempão. Ocê nem me traiu, foi pela nossa famía e pela minha liberdade, uai. E a úrtima?

- Lembra quando cê si candidatô pra vereadô?

- Lembro muié... quase me elegeru.

- Pois é... eu quis consegui aqueles 1.752 voto...

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